E a Chinatown, é coisa nossa...

Qual cidade do Brasil que não tem uma lojinha ou um camelô na calçada cheia de coisas "made in China"? Montreal tem uma Chinatown, 3 ruas interinhas de trequinhos baratinhos que fazem da sua vida um pouco melhor. Passeando por lá outro dia, olha o que eu encontrei pendurado num arara, na sessão de roupinhas estilosas para seu cãozinho amigo.



Pensa comigo: mais estranho que um cãozinho "chiguilingue" torcendo pra seleção do Brasil, é alguém comprando roupinha pra um cãozinho que outrora será almoço... ou será que cãozinho vestidinho de seleção é poupado do sacrifício da sopa?

Piadinhas infames a parte, os "chingues"  daqui não comem cachorro, comer o melhor amigo do homem (ainda tô falando do Totó)  é uma tradição mais tradicional na Coréia. Meus coleguinhas de curso provenientes da China e Taiwan disseram que lá não se come cachorro, fizeram até uma cara de espanto quando eu perguntei (aquela cara rindo de Chinês, sabe?). Pesquisando na net, descobri que a tradição de comer o au-au está em quase toda a Asia, mas que o consumo caiu muito, principalmente depois que a China se internacionalizou, até houve campanha para não consumirem o dog durante as Olimpíadas. Daí a cara de espanto, entendeu? O governo disse pra não comer, eles obedeceram. Parece que agora essa iguaria é apreciada apenas pelos mais velhos, em algumas regiões apenas. Segundo a tradição, a carne de cachorro dá virilidade... então tá, né...
Nossinhora dos Imigrantes Felizes do Verão! Eu tô sumida do blog há uma semana? Numcreditonisso! Mas não é falta de assunto não gente, assunto tem pra mais de metro, o que me impede de parar aqui pra contar as novidades é o verão... ahhh, o verão...

Li em muitos blogs, ainda do Brasil, falando que o verão aqui era quente, mas como cheguei no inverno, tive que esperar ele acabar pra ver qual era... quando o inverno acabou, ainda tinha neve na rua. Já na primavera, nevou. Lá pela metade da primavera, as temperaturas não passavam dos 15ºC, quando faziam 17 eu já saia toda feliz sem o meu casaco de neve (só com a jaqueta, o moleton, uma blusinha de manga, outra segunda pele, outra blusa de manga e uma camiseta, e não me olha assim, eu nasci em Colatina, um lugar quente, praticamente o calderão do zé caveira, não sei o que é frio!) bom, mais aí esse negócio de primavera com frio não me convenceu, eu custei a acreditar nisso. Calor em Montréal? Duvido! Já estava até acreditando que logo logo me mudaria para um iglú e criaria um pinguim na casinha do cachorro. Mas e não é que fez calor, gente! E que calor! Ahhh... o verão... Outro dia entrei num ônibus que tinha ar-condicionado! Quem um dia ia imaginar que eu iria entrar num ônibus com ar-condicionado em Montreal? E para os desavisados que me sacanearam dizendo que eu ia trocar o pinguim de geladeira por um no quintal, os bichim nem moram aqui, viu... aqui mora o Urso Polar da Coca-Cola e o Papai Noel, viu gente? Aviso logo...

Ai então chegou o verão, e essa tal de Canicule que eu ouvia falar. 32º Celsius com sensação de nem sei quanto, 40º talvez? Montreal 40º e salve-se quem tiver um ar-condicionado fresquinho em casa!

Deu saudade da praia, da água de côco, do chopinho geladinho no final do dia com o povo do trabalho, dos banhos de mangueira no quintal... ahhh, o verão... aí quando bate aquele calor, aquele forte mesmo, aquele calor quente sabe, eu pego meu fone de ouvido, minha toalha de piquinique e vou pra debaixo da árvore que tem no parque aqui da frente pra me refrescar. Num tem outro jeito, ficar dentro de casa sem um ventim fresquim é im-pos-sí-vel!



Mas é que aí eu descobri que quente mesmo nesse verão são os festivais! Como tem festivais nesse lugar! Pra quem gosta de evento ao ar livre e grátis (EU) é o paraíso! São tantos que a gente não dá nem conta de ir em todos, olha:  Les Francofolie de Montreal, Vieux Port, Festival Internacional de Jazz de Montreal, Week-end du Monde, Festival Internacional Nuits d'Africa, L'Internacional des Feux, FestiBlues, Osheaga, Just for Laughs, Montreal Complètment Cirque, Orchestre Symphonique de Montreal isso sem contar com a Fête Nationale du Quebec, Canada Day, as exposições nos museus, os desfiles de moda, os shows internacionais (os artistas do país ali do lado), os parques aquáticos, o parque de diversão (que só funcionam no verão, adivinhem por que? rs) as atividades nos parques, os desfiles nas ruas, os Trottoir, mas algumas coisas que eu devo ter esquecido...ufa! Tem que botar um sanduba na mochila e sair cedo pra dar conta de tudo! Ahhh, e esse negócio de trottoir (saiba melhor o que é isso aqui) é pra deixar qualquer mulher enlouquecida, até aquelas mais, digamos... economicas, como eu! Minha amiga, se vc gosta de gastar, deixe a sua carteira em casa! Meu amigo, se tua mulher gosta de gastar, deixe ela em casa! Esse negócio de Trottoir é basicamente assim: fecham a rua só para pedestres. As lojas dessa rua colocam nas calçadas vários artigos em promoções. Tem-de-tu-do! De frigideira a sutiã, você paga 5 doletas, sem taxas, sem nada, cinquinho e leva um lindo sutiã para casa! São descontos tentadores! O mais legal da "feira da economia" é a bagunça, pra quem gosta da farofada (eu) é um prato cheio!

Para se organizar no meio de tanta atividade bombando pela cidade, tem esse site aqui Le Mur Mitoyen com todas as atividades divididinhas por dia, e tem o What to do da cidade de Montreal com todos os eventos, bom pra quem está se programando em vir visitar a cidade.

Falando nisso, a cidade de Montreal é basicamente Colatina, tá vai, aqui é mais limpinho, arborizado, civilizado, organizado, ado, ado, ado... mas em Colatina, tem um Cristo Redentor (êêêhhh!!!), tá vou explicar onde eu quero chegar... quero dizer que essa cidade tem muitas atividades pra fazer, durante o maravilhoso e calorento verão, mas fora isso, não é tipo o Rio de Janeiro, que continua lindo, que tem praia, montanha, cachoeira, pontos turísticos naturais, com a boemia, a Lapa, as nights maravilhosas, e deixa eu parar por aqui antes que eu me comprometa. Ou seja, Montreal tem atividades mas não tem pontos turisticos onde os turistas possam gastar o seu tempo de pernas pro ar só apreciando, sem fazer nada por uma semana (pelo menos eu não achei ainda), então, se tiver que vir, que venha no verão pra aproveitar muito mais!

Bom, resumo da ópera, sumi porque como diz mamy, tô batendo perna, aproveitando as atividades externas enquanto a cidade tá colorida. Ahhh, o verão...  num dá pra ficar em casa assando! Tô perdoada, num tô? É um bom motivo, não é?

Esse post é para as meninas, então os meninos se quiserem pular eu entenderei (mentira, entenderei não, trata de ler isso aí e aproveita pra mandar o link para as namoradas, esposas, ficantes, enrolos e ticos-ticos-no-fubá!)

Achei esse vídeo outro dia por acaso e nem me lembro onde. A estilosa Wendy ensina várias maneiras de usar o echarpe, num vídeo muito bem produzido. Achei super legal e guardei, afinal, só vou poder praticar as dicas no próximo inverno.

Como ultimamente a brasileirada tem reclamado muito da friaca que se instalou no país Tropical, e estão até dizendo por aí que frio igual nunca teve, resolvi postar essa dica. Então meu povo, aproveitem o frio. Dêem um descanço para as havainnas e aproveitem pra usar os gorros, luvas, botas, casacos, echarpes, lenços e toda aquela indumentária que a gente só pode usar no frio. Bora todo mundo pra pizzaria no maior estilo! E depois, povo, inverno no Brasil é igual verão do Canadá, quando você vê, já acabou!

Sujinho é coisa do passado, agora estamos no novo, definitivo e limpinho apartamento. O apartamento novo não tem nada de tão interessante que merecesse um post exclusivo, but o caminho para chegar até ele, tem! Envolve uma questão cultural, coisa profunda mesmo.

Montreal é uma grande e organizada torre de Babel como vocês já sabem. Talvez o fato da bilinguilidade favoreça essa mistureba toda (nossa, baixou o Caetano Veloso agora...rss). Na hora de procurar apartamento tivemos a oportunidade de ter contato e entrar nas casas de alguns desses filhos de Babel. Encontramos todos os sotaques possíveis e imagináveis: Italianos, Chineses, Mexicanos, Ilhas Mauricianos, Sri Lanquenses e lugares que a gente nem sabia que existia, uma incrível experiência cultural, transcendental, social e saia-justal (olha Caetano de novo) do qual nunca imaginávamos que poderiamos passar.

Quem já foi visitar um apartamento para alugar ou comprar, levanta a mão? Todo mundo, né?... Agora levanta a mão quem sentou no sofá, comeu bolo de chocolate e tomou chá com o morador, levanta a mão...ninguém, né?... Foi o que imaginei... rsss

Transferências de contratos são comuns aqui, visitar um apartamento com o cidadão morando nele é mais comum ainda, e vou te dizer, que situação é entrar no apartamento e dar de cara com a tia Maria de camisola no sofá vendo tv... Chegamos nesse como tantos que já havíamos ido, olhando o hall, os moradores, as instalações, tudo que um ser humano normal faz quando vai visitar um apartamento para alugar. Era transferência de aluguel, logo os moradores estavam no imóvel, mas até aí tudo normal. Quando entramos no apartamento, a primeira surpresa, a família era Árabe. Tá, vai... disso a gente já suspeitava já que o nome de contato no anuncio era Mohammed (nome fictício para preservar o personagem) mas daí a esperar que a senhora Mohammed viesse nos receber coberta dos pés a cabeça, aahhh...não mesmo! Toda de preto ainda? Primeiro choque cultural (pra gente, claro). Husband grudou no meu braço e disse baixinho (em português, claro) "um fantasma". Me segurei para não rir. Mas a situação era delicada, eu nem sabia se eu podia falar com ela! Eu me sentia uma espetaculosa. A única ali a mostar os cabelinhos ralos e fazendo exposição da fígura assim, desse jeito! Não estava certo, eu me culpava...

A comunidade mulçumana é grande aqui, então tem muita mulher na rua usando o véu (até quando eu não sei... num país feminista como esse, não demora muito as novas gerações rasgam esse véu, igualzim Samira). Mas ver na rua é uma coisa, entrar na casa de uma é outra. Não teve jeito, Jade e sua turma vieram à minha cabeça e todos aqueles bordões que nós brasileiros adoramos. Sem saber o que falar nem o que fazer quase soltei um "Salamaleico", achando que estava abafando... ainda bem que tive um minuto de sanidade e me calei... rsss

Depois de olhar tudo, ou seja, dois minutos e meio depois, empurrei husband porta a fora: "Yálah, Yálah", mas o famigerado filho de Allá resolveu nos convidar para se sentar e explicar todos os detalhes do aluguel. Como assim, gente? Não podia fazer isso de pé, falar rapidinho, tipo, se eu ficar com o apartamento, ele explica, né? Mas não deu pra dizer não. Num sei, alguma coisa me dizia que isso era cultural... e ninguem ali queria ver o rosto do Mohammed sendo arrastado pela Medina, não é mesmo? Então... sentamos. Sem ter muito o que falar, nos despedimos e nos levantamos pra ir embora rapidinho, mas Mohammed disse que não podíamos sair sem que eles nos oferece alguma coisa. Oi? Eu bem que vi numa mesinha ali do lado, um monte de comida, mas daí a achar que ele ia me obrigar a aceitar oferecer alguma coisa...  Eram coisa simples mesmo, pizza, bolo, biscoito, suco, café, chá, sorvete, acho que tinha até tabbouleh, baba ghanoush, hommus... claro que como bons brasileiros que somos, usamos toda nossa "educação suiça" e dissemos não... imagina... não se incomode... obrigada!

Pelo profeta! Senti que tinha cometido um Haram, dos grandes! Cultura... coisa da cultura... vamos aceitar isso, vamos comer qualquer coisa, torcer pra que não tenha pimenta, é rezar para que Allá nos livre do mármore do inferno!

Aceitamos um pedaço de bolo com suco, e por alguns segundos eternos ficamos ali, sentados naquele sofa, com o bolo na mão, olhando um para a cara do outro, sem saber o que fazer tão pouco o que falar. Eu comia mas o bolo não acaba. Só conseguia pensar nos homens bombas, nos ataques terroristas, no Obama jogando o Osama no mar! ... Allá que nós proteja!

E assim, como cachorro magro, e acreditando fielmente que nas árabias não se conhece esse ditado, dissemos que tínhamos outro apartamento para visitar no outro lado da cidade (foi a primeira coisa que me veio a cabeça gente, o que eu podia fazer?). Mas que idéia mais medíocre! Mohammed, o bom homem do deserto, preocupado com nossos poucos meses na imensa ilha Montreal, prontamente ofereceu-nos carona. Né brinquedo não! Como fazer Mohammed entender nossa situação? (leia-se cultura)

Mas aí aceitar carona no primeiro encontro, já era demais! Agradecemos muito e recusamos a gentileza. Tinha que ser, né gente? Como iamos parar num lugar que nem existia??? rss

Depois que tudo passou e pudemos refletir sobre o ocorrido, chegamos a conclusão que tudo isso fazia parte da cultura. Ficamos impressionados com a gentileza que fomos recebidos pela família que nunca havia nos visto antes. Brasileiro é muito desconfiado mesmo, cruz cedo... a gente vive numa cultura do "se dar bem", aí chega uma pessoa gentil e a gente fica assim, apa-vo-ra-dos! Tá errado isso... (eu me culpando).

Lá no começo, eu dizia que estar aqui implica em aprender e conviver com diferentes culturas. Cultura do país em que se escolheu para viver e cultura dos outros que também escolheram estar aqui. Isso tudo é muito legal, agradeço muito a Allá, quero dizer... a Deus,  por estar vivendo essa misturalidade cultural (ó, Caetano) e pedindo também que a minha seja aceita sem preconceito. E se todo povo árabe é assim, eu não sei, mas esse povo subiu de nível no meu conceito gentileza. Talvez nem seja bom generalizar, mesmo que seja para o bem (olha o carioca desconfiado aí de novo).

Quando saímos, Mohammed disse que só naquele dia 5 famílias já tinham ido visitar o apartamento, inclusive uns chineses com 5 filhos... Agora eu te perguntou, caro leitor, Mohammed, o generoso, e sua esposa fantasma, ofereceram lanchinho pra esse povo todo? Insha'Allah!
Processo de imigração é realmente um processo, e não espere que esse processo irá acabar no dia em que você receber o visto no passaporte. Depois de colocar o seu pézinho aqui no Canadá, o processo continua. São muitas coisas que precisam ser feitas e outras tantas que você irá passar que também fazem parte do processo.

Uma das mais importantes é onde ficar quando chegar. Todo mundo faz milhões de pesquisas antes de vir (eu espero), buscando informação em foruns, comunidades, blogs e afins. Com a gente não foi diferente, decidimos depois de muitas pesquisas, mas claro, na hora de decidir, tudo depende dos seus padrões e o que é essencial pra você.

Usamos muito a Comunidade Brasil Quebec, as comunidades do Orkut, o grupo Canada Immigration Brasil do Yahoo e os "blogs bons que a gente lê".

Esse depoimento (tem que logar pra ver) do Orkut, foi decisivo para excluirmos o Outremont Suites, e vou fazer propaganda falando mal mesmo,  não quero ver nenhum outro Brasileiro passando pelo o que esse casal passou (aliáis, casal gente fina que acabei conhecendo pessoalmente por obra do destino!) e hoje vejo que o tempo que perdemos/investimos com pesquisas, nos pouparam muitos aborrecimentos aqui. Então leia bastante, se informe, faça perguntas quando for possível, use o google street para conhecer a região, enfim, use e abuse das vantagens que a tecnologia nos oferece!

Então, voltando ao assunto... chegar e ter um lugar pra ficar é muito importante, você vai chegar cansado, com muitas malas, ansioso, pode ser de noite e tudo pode acontecer...

Ainda do Brasil, fechamos um studio (o tal do 1 1/2) no centro da cidade, chamado Place Lincoln. Em alguns lugares, você precisa fazer um contrato de 3 meses,  pagar dois meses adiantados (o primeiro e o último). Nesse studio onde ficamos, existe a flexibilidade de ficar um dia, uma semana ou um mês, tendo um descontinho para quem fechar contrato por seis meses, mas também pode renovar mês a mês. No link dá pra consultar o preço, fotos e tem os contatos. Não tivemos nenhum problema, tudo foi feito conforme o combinado. Pagamos ainda do Brasil (atravéz do cartão de crédito) um valor para fazer a reserva e o restante quando chegamos (em dinheiro, lembre-se de levar).

Agora falando um pouco mais sobre o sujinho (a propósito, sujinho foi o apelido carinhoso que demos para o prédio depois de ler os relatos que diziam que os corredores e as escadas tinham cheiro de fritura e outras coisinhas. E tinha mesmo, eu até pratiquei bastante apnéia todas as vezes que precisava usar o corredor... rsss), o prédio é bem simples, tem muitos apartamentos, a maioria studios, mas tem 3 1/2 (quarto e sala) também. Todos os apartamentos são mobiliados, tem tv a cabo e internet. Também tem uma geladeira pequena, um microondas pequeno (o pacote de pipoca não roda!), fogão, panela e pratos. Dá pra preparar alguma coisa, principalmente se você começar a ter probleminhas com a culinária local, como eu tive...rsrs. O apartamento estava limpo. A cama tem lençol, colcha e edredon, que pareciam estar limpinhos (não tão limpinhos depois que eu achei um cabelo preto comprido que não era meu no edredon, ecaaaaa!)... e graças a uma dica do grupo, levamos do Brasil roupa de cama. Se você está cansado, com fome e com neve até a canela, não vai se arrepender de largar aquele sapato maravilhoso no Brasil pra dar lugar a roupa de cama, te garanto! Depois também compramos um edredon, claro... rss... O banheiro tem um tamanho descente, no apartamento que ficamos, o troninho era rosa, a parede azul calcinha, a cortina de florzinhas e o piso quadriculado... ou seja, um banheiro feliz! No subsolo tem uma lavanderia, não grande, mas dá pro gasto, e é sempre bom lembrar aquela dica de nunca abrir a máquina ao lado, falou?! ;-)

Se você, caro imigrante, decidir ficar no sujinho, atenção: se prepare para morrer de susto com o alarme de incêndio. Durante o primeiro mês ele tocou, nada mais, nada menos, que 8 vezes!!! E aí vc tem que descer pelas escadas, ir pra rua, com neve ou não, e esperar até a caravana dos bombeiros chegar. Na primeira vez, depois do susto com aquele apito maldito, fiquei até impressionada com a eficiência dos caras. Em quatro minutos uma fila de caminhões se formou na frente do prédio. Antes que você se apavore e desista de imigrar (que exagero... rss) a explicação: o alarme toca não necessáriamente por causa de um incêndio, mas quando o chinês ou o indiano resolvem fritar um ovo (daí o cheiro de fritura no corredor, sacou?!) ou o árabe que resolve "pitá", aí enchem o quartinho sujo de fumaça e calor e então o alarme dispara. O negócio é que os tais não estão acostumados com essas tecnologias (nós brasileiros tão pouco, mas eu desenvolvi uma técnica muito eficiente que consiste em sacudir o paninho de prato debaixo do alarme de fumaça! hahahahaha). Mas nossas oito "meia-maratonas do incêndio" não foram por culpa só do ovo frito, no subsolo estava tendo uma obra que foi responsável por disparar o alarme algumas vezes... Você pode ter a sorte do alarme não disparar nenhuma vez, mas vai deixar de viver essa emoção... e se ele tocar, não confie no ovo frito, desça!

Os sistemas de incêncio aqui são tão eficiênte porque as paredes são quase sempre feitas de madeira para reter o calor, então o alarme dispara e um sinal toca lá no corpo de bombeiros também, então os homens do fogo descem pelos caninhos de polidance, igual nos filmes, chegando rapidinho no lugar. Coisa linda de se ver!

O sujinho fica muito bem localizado, no centrão, perto do metrô da Guy-Concordia, perto da Concordia University e também da McGill, perto também tem farmácias, supermercado, lojas e etcs. Minha outra dica é escolher andar alto. No andar alto a vista é bem legal, dá até pra ver um pedacinho do Mont-Royal, depois de ficar um mês num lugar tão apertadinho, isso vai fazer uma grande diferença. Ficamos lá mais tempo do que o planejado, por nossa escolha, mas eu não recomendo, tenha em mente que tem que ser por pouco tempo. Acordar todos os dias olhando para o fogão chega uma hora que deprime. E eu só pude perceber o quanto isso estava nos afetando depois que nos mudamos.

Espero que os donos não reclamem por eu estar citando o nome (e um vídeo) do prédio aqui no blog, espero que entendam isso como uma forma de promover o lugar, afinal das contas eu não estou falando mal do sujinho, estou??? rss

Atualização
Encontrei esse vídeo de um outro apartamento do 7º andar do sujinho (veja que nem é sujinho, é só um apelido carinhoso mesmo) ótimo para se ter uma noção do espaço de um studio.